
À sombra dos urubus, Belém chega aos 401 anos. Foto: Maycon Nunes
Quão estranha e sofrida pode ser (ou é) uma cidade castigada pelo calor e pela chuva quase diariamente? Quão esperançosa é uma cidade que é capital de um estado que desde o hino já setencia: “teu destino é viver entre festas, do progresso, da paz e do amor”? Quão suja e abandonada é uma cidade com uma “infinidade de obras-sem-fim” e monturos de lixo, em que seus próprios habitantes e filhos não se intimidam e, em qualquer local e a qualquer momento, escarram grosso e raivosamente em dezenas de cusparadas destinadas ao solo citadino, amaldiçoando-o? Quão alegre e diversificada é uma cidade que na cultura, em que pese a gestão raquítica (pública e privada), possui uma produção rica, peculiar e instigante?
Após o quase apagado aniversário de 400 anos em 2016 (você lembra de algum grande evento na cidade no período? Uma grande reportagem? Algo que não fosse o clichê chato e insuportável de bolo-no-Ver-o-Peso-risos-e-olhares-famintos-e-baldes-com-bolos-cores-sabores-da-cidade-morena?), talvez seja hora de olhar para o passado “de relance” e, urgentemente, projetar e executar um/ no futuro ações minimamente concretas que ajudem a melhorar esta cidade. Belém pode começar então uma nova trajetória. Vive o ‘ano um’. O 401. Continuar lendo